Declaração do ex-prefeito pega de surpresa bastidores da política pela sinceridade: pré-candidato admite que ama MDB e votaria em Daniel e R...
Declaração do ex-prefeito pega de surpresa bastidores da política pela sinceridade: pré-candidato admite que ama MDB e votaria em Daniel e Ronaldo Caiado
A obra monumental e inigualável de William Shakespeare foi escrita há 400 anos – quatro séculos – e se tornou eterna por refletir e destacar os conflitos humanos com a intensidade dramática e, ao mesmo tempo, politica, de que reveste e atravessam os tempos. Nunca se esgotara, portanto, adaptando-se as épocas que marcam o mundo de 1691 aos dias de hoje. Será sempre assim, afirmo, com base nos exemplos e nas interpretações que se sucedem e vão sucede-la no futuro infinito.
Mas a obra de Shakespeare não se encontra só nos palcos e nas telas, está nas ruas, nas praças, nas esplanadas, nas esquinas dessa aventura que é viver e perceber. Os seres humanos, todos eles, são personagens inspiradores da sensibilidade e da inteligência. Representam seus papeis, reforçando o conteúdo da obra do poeta maior, porque, no fundo da questão, nem a vida imita a arte, tampouco a arte imita a vida. Ambas têm uma origem comum: a existência, a dúvida, a ambição, o fascínio pelo poder, a inveja, está dividida em várias sub-definições.
A política tem muito de literatura – no caso, da alta literatura de Shakespeare. Em um podcast, o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota) admitiu que poderia votar em Ronaldo Caiado (União Brasil) não fosse sua saída do MDB.
Assim, com tal declaração, Caiado e Daniel tem – definitivamente – atributos que Mendanha almeja. E não rejeita.
O pré-candidato ao governo caminha para declarar sua candidatura sem apoios significativos e com risco político futuro por conta de sua inexperiência: Mendanha saiu do MDB um ano antes da disputa e ciente de que a sigla fez consulta com militantes e toda cúpula – inclusive Iris Rezende, quando vivo – para apoiar o governador Ronaldo Caiado.
UM HOMEM HONRADO
A peça inclui a punhalada final de Brutus, James Mason, que motiva o belo e também eterno discurso de Marco Antônio, sucede a Cesar no Império Romano, nas escadarias do Senado. No cinema, o filme foi dirigido por Mankiewicz, Marlon Brando é Marco Antônio. Diz ele, repetindo Shakespeare: Brutus traiu Cesar, mas Brutus (ironia dramática) é um homem honrado.
A declaração de Mendanha soa agora melancólica e pode desmotivar sua militância: “Eu lamento. A gente poderia estar juntos, ele (Daniel Viela) como candidato a governador, eu a senador, ou vice-versa. Eu poderia, também, estar na prefeitura, dentro do MDB, inclusive apoiando o atual governador Ronaldo Caiado”, anunciou.
Fosse a realidade que Mendanha prega teria ocorrido um racha no MDB. Mas não ocorreu.
Em vez de ouvir os mais experientes, como mostra “Rei Lear”, Mendanha foi instilado como em “Hamlet”, tornando-se agora fiador do próprio futuro.
Suas melhores aspas são: “Eu não queria sair do MDB, tenho paixão pelo partido que fui filiado a vida toda, meu pai foi filiado ao MDB”.
Se perder as eleições sabe que antes de tudo [e bem antes de toda a campanha começar] perdeu a confiança de seu maior aliado político – o presidente do MDB, ex-deputado federal Daniel Vilela, quem confiou em um vereador inexperiente e defendeu seu nome junto ao pai, Maguito Vilela, o prefeito histórico do município que tanto apoiou Mendanha.
De antemão sabe que ao enfrentá-lo nas urnas neste pleito terá pela frente o estigma da traição. E que repetir o script em 2026 não será de bom alvitre.
Por isso, agora, mesmo Aparecida de Goiânia não sendo Paris nem Dinamarca, ele deve estar a se perguntar: “Ser ou não ser, eis a questão!”.
PS: nesta narrativa [até provem o contrário] Daniel e Ronaldo foram Hamlet na história. Medanha em 2022, no palco do MDB e da política estadual reviveu e reinterpretou os quatro personagens de alguma maneira. Trouxe obras representadas por grandes atores para o cenário goiano de 2022. Medanha num dia afirma uma posição, no outro muda de perfil. Shakespeare vive para sempre, como sempre. Mas – afirmou Marco Antônio – Brutus é um homem muito honrado.
mais nunca é tarde para se arrepender!
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